A gestão logística é uma área com um grande número de detalhes, procedimentos e custos, exigindo muita atenção dos seus profissionais. Com isso em mente, aproveitamos o artigo de hoje para falar sobre esse tema, elencando seis taxas de transporte de cargas.
O nosso objetivo é apresentar cada uma dessas tarifas, demonstrando suas características e finalidades. Assim, além de contribuirmos para a qualidade e a eficiência da sua gestão, também estimularemos o pensamento crítico sobre a importância desses custos ao setor. Não perca tempo e acompanhe!
A importância das taxas de transporte
Afinal de contas, por que as taxas de transporte são importantes? De um ponto de vista estritamente econômico, pode parecer que não faz sentido defender esses custos, já que eles se acumulam, tornando a operação de transporte mais cara e pressionando as margens de lucro.
No entanto, como você perceberá durante a leitura, muitas das taxas são revertidas para áreas fundamentalmente importantes ao setor de transportes. O exemplo mais simbólico disso são os pedágios. Por serem concessões privadas, essas taxas nem ao menos são consideradas como um tributo.
Conhecendo a realidade logística brasileira, é possível que você tenha uma boa noção das nossas estradas. O que mais se destaca nessa observação é comparar a qualidade estrutural dos trechos que cobram pedágio com aqueles que não cobram. A disparidade é óbvia e, muitas vezes, gritante.
Nesse cenário, boa parte dos recursos são revertidos para manutenção e melhorias de infraestrutura. No longo prazo, as estradas de boa qualidade são fundamentais para o sistema rodoviário brasileiro, aumentando a segurança, reduzindo fatalidades e ampliando a durabilidade dos veículos.
6 taxas de transporte
Agora que você conta com uma noção ampla da importância desses custos, chega o momento de conhecer as principais taxas cobradas nas operações de transporte. Acompanhe!
1. Frete valor
A principal finalidade do frete valor é cobrir os custos do seguro obrigatório ao transporte de cargas, que é a apólice de Responsabilidade Civil do Transportador Rodoviário de Carga, também conhecido no mercado como RCTR-C. O seu custo é proporcional ao valor da mercadoria transportada.
Então, quanto mais cara a mercadoria, maior a taxa. Além disso, a tarifa também é proporcional à duração da operação de transporte. Portanto, quanto maior o tempo que o item fica sob responsabilidade da transportadora, maior o valor da taxa — já que maior será o risco para a seguradora.
2. Frete peso
Assim como o frete valor, o frete peso é uma taxa de proporcionalidade, que considera o peso cubado ou bruto da mercadoria transportada (o que for maior) para utilizar em sua base de cálculo. Além disso, essa taxa ainda engloba custos operacionais e margem de lucro.
O objetivo desse cálculo é tornar a cobrança de frete mais justa e equilibrada. Afinal de contas, não são todas as operações que utilizam toda a capacidade volumétrica dos caminhões, de modo que não seria sensato cobrar o mesmo valor de um baú lotado a um baú parcialmente utilizado.
3. Taxa de despacho
Também conhecida como DESP, a taxa de despacho serve para remunerar todos os custos inerentes à atividade de despacho das mercadorias, cobrindo despesas operacionais, documentais, administrativas e afins. Sendo assim, é comum que a DESP seja eventualmente cobrada dos clientes.
O cálculo da taxa considera dois pontos: os custos operacionais inerentes às atividades de envio/coleta e a margem atribuída pela transportadora. Dessa forma, além de quitar os custos fundamentais à realização do serviço, a empresa prestadora também é devidamente remunerada.
4. Gerenciamento de Risco e Segurança
Popularmente conhecida como GRIS, essa é uma taxa proporcional cobrada sobre o valor da nota fiscal. Um detalhe importante sobre a GRIS é que seu cálculo ignora a distância percorrida na operação de transporte. Assim, tanto os deslocamentos longos como os curtos contam com a mesma base de cálculo.
Por ser uma taxa diretamente ligada à segurança do setor, é comum que essa cobrança seja maior em regiões com maior índice de roubo. Isso é particularmente especial em cidades como Rio de Janeiro e São Paulo, ambas capitais com taxas GRIS proporcionalmente maiores que o restante do país.
5. Taxa de Restrição de Trânsito
Amplamente conhecida como TRT, o objetivo dessa taxa é cobrir eventuais despesas ao operar em regiões com fluxo de trânsito limitado, ou seja, as cidades que limitam tanto a circulação de veículos de carga como as operações de carga e descarga em determinados horários e/ou locais.
Essa é uma taxa familiar para empresas que operam em cidades como Belo Horizonte, Curitiba e São Paulo. No entanto, é importante se manter atento às legislações locais, pois é uma tendência comum que metrópoles em crescimento, mesmo não sendo capitais, adotem essas limitações.
6. Taxa de Dificuldade na Entrega
Como você pode ver, a TDE tem um nome bem sugestivo. O objetivo dessa tarifa é repor custos adicionais realizados pela transportadora em função de algum obstáculo ou circunstância que aumentou o tempo da entrega. Essa taxa pode ser configurada por uma série de situações.
Digamos que o cliente faça exigências no desembarque e organização das mercadorias. É uma dificuldade adicional, que acrescenta tempo à operação e, portanto, deve ser ressarcida à transportadora. Outro exemplo comum é a baixa acessibilidade.
Em certos casos, o destino da entrega fica em um lugar quase que inacessível, exigindo tempo, planejamento e dedicação extra dos motoristas para finalizar a operação. Assim como as demais, a TDE é uma taxa proporcional, calculada sobre um percentual do valor do frete.
Por fim, vale destacar outras tarifas igualmente importantes como a cubagem, que é essencial para a compensação do espaço físico a ser ocupado no caminhão, entre outras, como reentrega, escolta armada, EMEX, emergencial, mínima, de estadia e afins.
Como sempre, é fundamental reconhecer o impacto estratégico de cada uma dessas taxas de transporte na sua operação. Por isso, acreditamos que é importante encarar essas tarifas como pontos indispensáveis à eficiência da missão de transporte, e não apenas como custos e burocracias desnecessárias.
Gostou deste post falando sobre as diferentes taxas de transporte de cargas? Então, aproveite para seguir aprimorando a sua gestão, conferindo nosso artigo exclusivo sobre o dimensionamento do seu estoque!